Mar de antidepressivos
Medicamentos humanos não processados por inteiro pelo organismo podem acabar chegando às águas do mar, causando um tipo de poluição ainda pouco estudado.
E podem ter efeitos sobre organismos marinhos, de acordo com Yasmin Guler e Alex Ford, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, segundo artigo publicado na Aquatic Toxicology.
Em laboratório, eles expuseram um tipo de camarão (Echinogammarus marinus) à fluoxetina, o princípio ativo de medicamentos contra a depressão como o Prozac.
Descobriram que os camarões medicados nadam em direção à luz, em vez de fugir dela como fazem normalmente. Para eles, buscar a iluminação não é boa ideia: ficam mais expostos a predadores como peixes ou aves. Ao oferecer esse festim, os antidepressivos no mar podem acabar causando grandes alterações na cadeia alimentar.
A foto acima eu recebi do Alex Ford, da Universidade de Portsmouth.
Ouvi essa notícia pela primeira vez nos Naked Scientists.

Discussão - 6 comentários
Já li em algum lugar que a água de Londres tem “restos” de prozac em sua composição. Lá ninguem deveria ser depressivo já q todo mundo toma doses homeopaticas de prozac! hehe
Nossa, sabia disso não! Que perigo, a fluoxetina é MUITO receitada hoje em dia.
pois é, Felipe. o artigo menciona outros estudos que teriam avaliado quanto disso tem na água do mar. mas não fui ver. precisa ver isso né? quanto tem.
e não vai ser só fluoxetina, né clau? vai saber o que mais tem. não adianta desconfiar de toda água, não tem jeito. mas achei esse efeito ecológico surpreendente.
Agora vai ter Ebicen sabor camarão com fluoxetina?
Felicidade em dose dupla…
😉
Há alguns estudos que investigam a contaminação “invisível” da água por resíduos hormonais, sendo que os anticoncepcionais seriam um dos principais agentes. Talvez estejamos muito acomodados com a idéia de que “os problemas acabam na lixeira”, sendo que depois do descarte a vida, sim, continua. Tão preocupante quanto não reciclarmos o lixo é identificarmos como o ciclo continua e os nossos descartados seguem agindo na natureza.
concordo, uliana. não se pode adotar uma postura de que se a gente não está vendo, não existe!