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Tudo começou em 2007 com o lançamento do Blackle. Era uma versão não-oficial da página inicial do google que arrastou milhares de ambientalistas para mais uma tentativa de livrar um pouco de peso de suas consciências. A ideia era simples. Utilizar o google na versão dark traria uma diminuição do consumo de energia dos monitores, devido a cor preta. A notícia se espalhou como pólvora e em pouco tempo os sítio se transformou na nova sensação “verde”. Pena que a vida não é assim tão simples. Em pouco tempo o próprio Google se pronunciou sobre o assunto, mostrando as falhas da ideia em um post intitulado: “Seria o preto o novo verde?”. A economia de energia contece APENAS em monitores CRT. Como os monitores CRT têm uma fatia de apenas 25% do mercado de monitores de computador (estimativa de 2007, hoje com certeza esse número é bem menor), a economia total do suposto uso deste sítio ao invés do google tradicional seria muito pequena. De forma coerente, o google propôs formas mais eficientes de economizar energia, como: configurar o gasto de energia do monitor, desligar o monitor e o computador quando não estiver usando, diminuir o brilho do monitor, dentre outras.

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Não vai acontecer nada. Meu monitor e de mais de 75% da população mundial é de LCD #ecofail

Neste contexto histórico, o ONG ambientalista Greenpeace teve uma ótima ideia para uma nova campanha. Digeriu o projeto do Blackle de mais de 2 anos atrás e montou uma “nova” roupagem, com um sítio cheio de animações (muito parecido com o da campanha ridícula do SOS Mata Atlântica #xixinobanho). Mas como fazer para todos acreditarem que realmente estarão reduzindo o consumo de energia, mesmo tendo monitores LCD? A tática é simples, a mesma das grandes empresas de todo o mundo. Esconda a informação, em letras miúdas. Se perguntarem a gente diz que avisou!

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Sabe aquele “Acordo de licença” que 95% das pessoas não lêem? Sim, lá está. Não logo no começo (veja pela barra de rolagem). Depois de descer um pouco, chegamos a grande informação que “O Black pixel não funciona nos monitores LCD“. Mas o problema não para por aí. Exatamente como o pessoal do Blackle, o greenpeace calcula uma redução de consumo que é totalmente mentirosa. Se você continuar a instalação, em nenhum momento o programa pergunta qual seria o seu tipo de monitor. Então o cálculo só pode ser baseado no número de downloads e tempo de uso do programa. E os mais de 75% que baixaram o programa e usam um monitor LCD? Mesmo sendo uma redução mínima, o que o pessoal do GP poderia fazer é pelo menos não mentir para as pessoas que acreditam nesta empresa ONG.

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NOT!

Depois do desastre da campanha na ponte Rio-niterói, xixinobanho, Black pixel….o que vem por aí? Aguardem pelo próximo e patético capítulo.

UPDATE (16:46)

Um monitor CRT consome em média 50 a 70% mais energia que um monitor LCD. O Black pixel só reduz o consumo de energia em monitores CRT. Então, para a redução de consumo utilizando o programa do GP ser realmente efetiva teríamos que cobrir a tela toda de Black pixels. Não era mais fácil estimular a troca por monitores LCD? Aumentar os impostos sobre a venda de monitores CRT?

UPDATE (2/06/09)

Não demorou muito para outro monstro verde criar uma campanha no mínimo questionável. Veja como o WWF conseguiu expor desempregados à humilhação.