Invenções do bilhão

Quais invenções poderiam valer um bilhão de dólares, em 1931?
A edição de setembro de 1931, da Modern Mechanics, anunciava aos inventores da época o que poderia ser o caminho da fama.
= Pulsos de levitação eletromagética para o transporte.
transporte por levitação magnética
Não foi como na ilustração, mas atualmente temos os trens Maglevs, que podem funcionar por ímãs, que podem ser supercondutores, eletroímãs ou permanentes.

= Uma forma eficiente de armazenar energia em uma bateria para ser utilizada em um carro.
baterias para carros 1934
Estamos quase alcançando esta meta.
Carro elétrico Tesla Roadster.

= Encontrar um modo de converter diretamente o calor em energia elétrica.
convertendo calor em eletricidade
É uma pena que o desenvolvimento dos geradores termoelétricos nunca ultrapassaram o problema da baixa eficiência.
=Algum transporte que poderia operar no ar e em terra. Uma espécie de carro voador.
=Tinta luminosa de longa duração para pintar as paredes de uma sala. A luminosidade continuaria por horas mesmo após o apagar das luzes.
A ideia não decolou por causa da baixa luminosidade das tintas e a curta duração do brilho.
=Encontrar um modo de eliminar a estática e o chuvisco em rádios e TVs.
estática e ruido em tvs e rádios
Rádio digital e TV HD foram as respostas para o problema.
=Modo mais rápido e simples para fixação do nitrogênio para agricultura. Com possibilidade do agricultor comprar o seu próprio aparelho produtor de fertilizante.
unidade produtora de fertilizante
A complexidade da produção de fertilizantes químicos acabou por inibir a evolução da ideia.
=Produção de carvão de melhor qualidade.
Os autores informam que isto não era um interesse para a América, já que não era um problema comum para eles. Mas que poderia ser um benefício para a América do Sul… e para os Americanos(?!).
=Melhorar as TVs.
Na época (1931) as televisões eram apenas protótipos e com vendas bastante restritas.
=Controle das chuvas, neve e granizo.
máquinas para controlar o clima
O controle climático não passou de algumas tentativas em semear núvens com sais para forçar a chuva, e controle para evitar o granizo.
E as máquinas de movimento perpétuo? Foram descartadas pelos autores, pois sabiamente ressaltaram que não seria possível construir algo que fosse contra às leis da termodinâmica.
Via Modern Mechanix

Madeira comestível

Uma possível solução para diminuir o problema da fome: comer madeira!
Mas os humanos não possuem uma digestão adaptada para aproveitar a celulose como fonte de energia; não como os cupins, que conseguem tal façanha com o auxílio de bactérias ou protozoários simbiontes.
Em um artigo publicado na revista Science And Mechanics, na edição de novembro de 1934, relatam que o Professor Karl Schwalbe teria obtido sucesso em tornar a faia digestível com o auxílio do ácido lactico.
Os autores encerram o pequeno texto sonhando com o dia em que poderão ler e depois saborear o jornal no café da manhã.
Ou talvez este texto tenha surgido de um mal entendido do real propósito da pesquisa realizada pelo Professor Karl Schwalbe.
digerir madeira com acido latico
O interesse em decompor a celulose é atual e crescente, mas desta vez com o objetivo de obter o máximo de energia da biomassa.
Etanol de grama é melhor que o do milho (Scientifica American Brasil)
Via Modern Mechanix

O poder da mente sobre o corpo

Ilustração em matéria publicada na revista Popular Science, em edição de setembro de 1937.
controle mente
Quando desliguei a eletricidade, uma enfermeira segurou um telefone no ouvido do soldado “surdo”. Através dele veio a voz de sua noiva, em Chicago. “Meu doce, eu consigo te ouvir!” ele gritou
Com uma mistura de histórias pouco críveis, a matéria ´Cure the Body Through the Mind´ (Cura do corpo através da Mente) mostra um pouco da antiga percepção da influência que a mente poderia ter sobre o corpo. Com poucos dados e muitos relatos de caso, esta percepção era precária – e ainda é.
Uma mulher jurava estar engasgando com um osso de galinha, durante uma semana ficou sofrendo com os sintomas. Um especialista examinou sua garganta e não encontrou nada.
Diagnóstico: sintomas imaginários.
Solução: bastou o médico simular que extraia o osso da garganta, para tudo voltar ao normal.
O pobre homem retratado na ilustração acima, foi vítima de uma armação. Ele, um soldado da Primeira Guerra, afirmava estar surdo após dias de intenso bombardeio. Seu médico, suspeitando ser um um problema não relacionado com o aparelho auditivo, resolveu criar um teatro tecnológico para curar a suposta surdez. E bingo! Eis que tudo fica bem quando o homem acredita que está curado.
Além do caso deste soldado, outros relatos afirmam que falsos tratamentos, com eletrodos e muito hocus pocus, resultaram em melhoras quase milagrosas.
O placebo levado ao extremo.
O autor termina dizendo:
“Algum dia, médicos poderão ser capazes de medir os efeitos da felicidade e tristeza, esperança e desespero. A interligação da mente e corpo é um campo de estudos que está recebendo cada vez mais atenção. Psiquiatras – os curandeiros modernos – que devolvem visão aos cegos, audição aos surdos, e alívio aos aflitos, estão liderando o caminho para um melhor entendimento das valiosas zonas de fronteira da medicina.”
Veja o artigo em
http://books.google.com/books?id=YygDAAAAMBAJ&pg=RA1-PA42#v=onepage&q&f=false
Indico também
Todo Mundo em Pânico (texto do Kentaro Mori)

Fume – para sua segurança

contém fumaça de tabaco
Ludwig Gattermann, químico alemão nascido em 1860, fez parte de uma geração de pesquisadores que eram corajosos o suficiente para trabalhar em laboratórios, que normalmente possuiam poucas preocupações com a segurança.
Em uma história que é repetida por diversas gerações de professores de química orgânica, afirma-se que Gattermann teria recomendado fumar no laboratório durante uma preparação que pudesse liberar acidentalmente alguma quantidade do mortal cianeto de hidrogênio (HCN).
cianeto estrutura
Segundo Gattermann a presença do cianeto de hidrogênio alteraria o sabor da fumaça do tabaco, alertando o operador para a presença do cianeto mesmo que em pequenas quantidades.
Esta quase lenda é confirmada em uma citação feita em um artigo do lendário K. Ziegler.

Gattermann recommends that the operator smoke during the preparation, for he found that a trace of hydrogen cyanide is sufficient to give the tobacco smoke a highly characteristic flavor. This preliminary warning is useful in case of leaky apparatus or a faulty hood.

Organic Syntheses, Coll. Vol. 1, p.314 (1941); Vol. 7, p.50 (1927).
http://www.orgsyn.org/orgsyn/prep.asp?prep=cv1p0314
Sobre o cianeto, Ludwig Gattermann também teria dito o seguinte: “Se você está acostumado a trabalhar com a substância, não é pior do que lidar com o álcool.
Não é preciso dizer que, atualmente, fumar em um laboratório resultaria no oposto em termos de segurança e saúde.

Explosão nuclear para conter vazamento de óleo

explosão para conter vazamento
Existiram diversos projetos de uso das explosões nucleares para fins pacíficos. Tanto por parte dos americanos, quanto em projetos idealizados pelos russos.
Os americanos apostavam no poder das explosões para uso em fins pacíficos no que chamavam de ´Peaceful nuclear explosions´. Isto incluía o projeto ´Operation Plowshare´, com uso de explosões para construção de baías e canais.
Operation Plowshare

A possibilidade de uso de uma explosão nuclear para aumentar a produção de gás natural foi testada no Projeto Rulison, em 10 de setembro de 1969, com a detonação de uma carga nuclear de 43 kilotons.
No entanto o gás extraído após o teste foi considerado ser muito radioativo para a comercialização, e somente em 2005 os níveis de radioatividade foram considerados normais na área.

Os russos foram mais longe com projetos desta natureza, conduzidos dentro da filosofia do ´Nuclear Explosions for the National Economy´, apelidado de Program #7. Os testes pretendiam facilitar a exploração geológica, intensificar a extração de óleo e gás, melhorar a extração de carvão, escavar canais e represas (como no projeto americano) e, talvez o mais interessante neste momento, no uso das explosões para a contenção de
vazamento de gás em locais de extração que apresentassem algum problema.
Os russos realizaram ao todo 5 explosões para conter vazamentos de gás, e mais alguns detalhes sobre os procedimentos podem ser lidos no relatório ´The Soviet Program for Peaceful Uses of Nuclear Explosions (PDF)´ (agradeço Kentaro Mori pela informação).
Uma destas tentativas é descrita no vídeo abaixo.

Existem diversos aspectos a serem considerados no uso deste tipo de medida drástica, e talvez o mais importante seria que uma explosão poderia agravar o problema, gerando um imenso fluxo de vazamento de óleo na região.

Astronauta em casa

Uma genuína roupa de astronauta por poucos dólares!
Em 1962, quando este anúncio foi publicado nas páginas da “Screen Thrills Illustrated“, completava pouco menos de um ano após Yuri Gagarin ter sido o primeiro homem a chegar ao espaço.
|O mercado estava aberto também para a venda do sonho de estar um pouco mais próximo desta impressionante aventura.
A propaganda prometia ser um modelo desenvolvido pelo governo americano a um custo de 180 dólares (da época) e com um excedente liberado para comercialização. Cada modelo pesaria em torno de 3kg e seria feito de nylon verde, com câmaras de ar comprimido ao longo dos braços e pernas.
O modelo era comercializado por ´apenas´ 7,95 dólares.
roupa grande altitude
Se o modelo era realmente original eu não sei dizer, mas o design é semelhante ao usado por russos e americanos em missões de voo em grande altitude.
Modelo usado pelo americano Joe Walker em um fotografia de 27 de janeiro de 1958.
roupa para grandes altitudes
Os russos utilizavam uma roupa bem semelhante.
High_Altitute_Suit_3b.JPG
Mais informações
http://www.hightechscience.org/high_altitude_space_suit.htm

Ciência em marcha

marcha da ciencia Alexander Leydenfrost
(clique para ampliar)

Essa imagem teria sido um achado durante a minha infância. Eu adorava ilustrações com vários elementos para investigar demoradamente, tentando entender o significado de cada um.
A ilustração criada por Alexander Leydenfrost, e publicada na Popular Mechanics (janeiro, 1952), facilita a observação com um guia do significado de cada elemento.
guia elementos imagem marcha da ciencia
1- Primeiro laboratório da GE, localizado em um galpão
2- Cientistas pioneiros trabalhando
3- Biplanos e triplanos experimentais
4- Aeronave da 1a Guerra
5- Primeiros monoplanos de asa rígida
6- Balão experimental
7- Avião de dois motores
8- Dirigível gigantesco
9- Aerobarco
10- Asas voadoras
11- Jatos
12- Avião multimotor
13- Foguetes experimentais
14- Era dos aviões a jato
15- Helicópteros
16- Balão meteorológico
17- Helicópteros de transporte
18- Despontar das construções com aço
19- Instrumentos astronômicos
20- Arranha-céus
21- Raios feitos por humanos
22- Construção atômica da matéria
23- Foguete
24- Nebulosa em forma de anel
25- Cometa
26- Locomotiva a vapor
27- Tunel de vento
28- Moderno laboratório de pesquisas
29- Fábrica de produtos sintéticos
30- Nebulosa em espiral
31- Trem a diesel
32- Cyclotron
33- Radar
34, 35 e 36- Evolução do automóvel
37- Coelhos de laboratório
38- Pesquisas em química
39, 40 e 41- Composição atômica da matéria
42- Tubo eletrônico
43- Instrumentos para pesquisa eletrônica
44- Via elevada de concreto para trafego em alta velocidade
O futuro era imaginado com a predominância da velocidade em trens, aviões, carros, foguetes, pesquisa e tecnologia.
Via Paleo-Future

Refrigerador da era espacial

refrigerador design futurista
A série de textos escrita por Kentaro Mori – A Humanidade não merece ir à Lua – apresenta uma série de dilemas sobre a exploração espacial, e em especial sobre as viagens para a Lua.
OK, se não tivemos mais oportunidade de voltar à Lua, pelo menos podemos desfrutar dos inúmeros avanços tecnológicos e sociais garantidos por esta jornada humana.
A edição da revista Time, de 20 de maio de 1966 (três anos antes do primeiro pouso na Lua), mostrava um típico anúncio com a estética Populuxe, que aproveitava todo o investimento feito em divulgação dos avanços científicos para vender produtos com um apelo futurista.
Pela imagem dá para perceber que os hábitos alimentares da década de 60 incluiam muita carne, ovos e carbohidratos.
O produto prometia divisórias ajustáveis e removíveis, carne fresca por até 7 dias, sistema ejetor de gelo, ausência da necessidade de descongelar e, a grande surpresa, um compressor que era feito do mesmo material usado em satélites!
Via Paleofuture e Google Books.

Maratona Redescobrindo a Segunda Guerra

Neste último domingo (21) o canal National Geographic Channel exibiu a maratona da série ´Redescobrindo a Segunda Guerra´, com todos os episódio em sequência. Foram 6 horas de pura história.

O que impressiona é a quantidade de vídeos disponíveis sobre a Segunda Guerra, pois mesmo com poucas câmeras disponíveis na época, com todo o perigo e dor, sempre alguém se preocupava em registrar o momento.
A história, como tantas outras, é contada pela perspectiva dos vencedores. Talvez pelo comodismo das informações mais acessíveis e fáceis de organizar, ou pelo receio de afetar os espíritos mais sensíveis com possíveis apologias ao nazismo.
A tentativa de colorização das imagens originais resultou em cores um pouco estranhas e destaques inesperados para alguns elementos da imagem.
Redescobrindo a Segunda Guerra [Apocalypse: The Second World War]
Episódios:
1- A agressão nazista [Aggression]
2- A Guerra relâmpago [Crushing Defeat]
3- Pesadelo alemão [Shock]
4- Momentos decisivos [World Ablaze]
5- O Dia D [The Noose]
6- O apocalipse {Inferno]

Uma pedra explica o funcionamento de um Laserdisc

Fascinante!
Quando iria imaginar que Leonard Nimoy e uma pedra(?!) poderiam explicar tão bem o funcionamento de um Laserdisc?
Quando morava em Porto Alegre lembro de ter visto, na década de 90, uma loja com diversos desses Laserdisc (que eu conhecia por Videodisc). Como era uma tecnologia que tentava decolar, os discos eram normalmente de filmes bem famosos e de shows, como Pink Floyd e Eric Clapton.
O produto descrito por Nimoy é o Magnavox VH-8000 MagnaVision, lançado em 1978. A propaganda só foi feita em 1981, talvez para tentar contrapor o sucesso do concorrente de melhor qualidade da Pioneer, o VP-1000.
Mais sobre Laserdic? Veja na wikipedia…
http://pt.wikipedia.org/wiki/Laserdisc
Parte 1

Parte 2

Depois desta Nimoy certamente prefere ser lembrado pelo personagem Spock, de Jornada nas Estrelas.

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