Quero ver Cuba balançar!

Tremei!
Houve um terremoto em São Paulo de 5,2 graus na escala Richter.
Mas o que isso significa?
Rapidamente, Charles Richter foi um sismólogo (que estuda tremores de terra) que em 1935 desenvolveu uma escala para medir terremotos (já existem escalas melhores, como a Escala Sismológica de Magnitude de Momento, a Escala Modificada de Intensidade de Mercalii, a Escala de Intensidade Sísmica da Agência Meteorológica Japonesa, mas “Ritcher” é mais legal de falar), onde o ponto zero era o menor tremor que os equipamentos dele conseguiam medir (equipamentos mais sensíveis hoje em dia possibilitam resultados negativos na escala) e a intensidade era medida numa escala logarítmica (um terremoto nível 5 é dez vezes mais forte que um nível 4, que é dez vezes mais forte que um nível 3 e assim por diante).
O número em si só é importante para físicos de sismos e para pessoas que tenham acesso a uma tabela como esta:
sismos
Meu professor de matemática do 2º ano tentou enfiar na minha cabeça dura o que era logaritmo, dizendo que servia para medir terremotos. Uau.
Talvez se ele tivesse dito que é útil também para medir intensidade sonora (decibéis), eu teria prestado mais atenção e não teria demorado tantos anos e duas faculdades para entender.
O nome dele é Severo e ele tem a língua presa.
O Brasil não treme mais porque fica mesmo no meio duma placa tectônica (os pedações de terra que formam os continentes e os leitos dos oceanos) e as extremidades, que ficam se roçando (a terra treme por causa dessa fricção entre placas), são os locais onde os chacoalhos são mais intensos.
MAS
Esse sismo foi a evidência  que destruiu a teoria de que o Brasil não se mexe(a mais recente, pelo menos, mas será logo esquecida como o abalo do Mato Grosso em 1955).
Quem mora em Natal, e tem mais de vinte e cinco anos, sabe que o chão vibra vez por outra. Quem mora em João Câmara então, tem certeza!
O atrito que causa os tremores também pode surgir em fissuras dentro das placas, e existe uma rachadura dessas bem abaixo dos meus pés. Mais ou menos. Mais perto dos meus pés que a Tasmânia, pelo menos.
Fizeram até um mapinha mostrando as áreas mais suscetíveis (quanto mais vermelho, mais provável).
Nosso problema real é a falta de equipamentos sismológicos. É como um cego dizer que não existe luz. Ou um usuário de Mac dizer que não tem vírus em seu computador (o que não existe é antivírus para Macintosh).
A ausência de provas não é a prova de ausência.
Para encerrar o artigo de hoje, uma frase do geólogo Joaquim Mendes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dita durante entrevista com a revista Época: “Se houver um prédio perto do epicentro, as conseqüências podem ser imprevisíveis”.
Ou, mais explicitamente: se por algum acaso ou de alguma forma existir uma edificação a uma certa distância não muito bem estabelecida do local arbitrariamente definido como sendo o centro do movimento, existe a possibilidade, não muito grande nem muito forte, de o resultado final do acontecimento ser algo completamente aleatório, vago e inesperado.

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