Quem derrubou o avião da Air France foi a Mídia

Péssima semana, a minha.
Começou ruim, foi piorando e hoje quase que eu morro.
Exemplos não me faltam de como a mídia é formada por idiotas que não entendem o mínimo necessário daquilo que estão espalhando para as massas, mas hoje eu só vou conseguir falar de um, senão a veia da minha testa explode.
Algum imbecil, covarde[1] demais para assinar uma reportagem, publicou no JB Online (versão para Internet de um dos maiores jornais do país) uma matéria ridícula com uma ambientalista que afirma que um buraco negro (especialidade dos ambientalistas) engoliu o avião da Air France que caiu no Atlântico de domingo para segunda-feira.
Mas ela tem razão, tendo em mente que buracos negros não só são “portas que se abrem e se fecham para uma outra dimensão” como também são “responsáveis pelo desaparecimento de milhares de pessoas e objetos na face da Terra”.
O parágrafo imediatamente acima deste é puro sarcasmo, antes que alguém se confunda e ache que buracos negros são aquilo. Não são.
São, na verdade, pontos infinitesimais com densidade infinita.
Continuando, quem quer que tenha sido o tapado [1] que teve a idéia de publicar a matéria sequer se deu ao trabalho de escrevê-la.
A lista de “desaparecimentos notórios” foi simplesmente copiada dum artigo do fim de abril deste ano de um blogue português (como eu sempre prego que vocês não devem acreditar no que eu digo, aqui está a prova – http://notempodosaraujos.blogspot.com/2009/04/triangulo-das-bermudas.html) .
O estúpido[1] nem leu que preste (se é que ele sabe ler), senão teria traduzido todas as ocorrências em que “nave” aparece escrito em bom português ibérico, para o mais brasileiro “navio”.
Não há dúvida em meu coração de que o artigo foi ctrl+c, ctrl+v em menos de cinco minutos, com uma busca no google por “triângulo das bermudas + lista” para somar a um email enviado para o autor pela tal ambientalista revolucionária.
Sabe quanto tempo me tomaria para desmentir cada um dos 41 sumiços “estranhos” citados no texto?
Eu estou cronometrando a feitura deste artigo e, a partir do momento em que abri o editor para escrevê-lo, achei de novo a página do JB Online e, sem muita dificuldade, achei a lista original do patrício português até o presente momento, passaram-se quinze minutos e trinta e oito segundos.
Façam as contas.
Meu ramo de blogagem é trabalhoso, viu?
Nunca pensei que manter um blogue fosse ser tão frustrante.
[1] Esses termos carinhosos são, em parte, devido ao fato da presença da palavra “esxtado” logo na primeira linha, evidenciando que o idiota não sabe nem usar um corretor automático.

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