Como fugir da carinhosa brutalidade do casal de PhDs

Se você não faz ideia do que signifique o título, sugiro que leia o enigma publicada semana passada, tenta resolver e, só então, volte aqui para ler a resposta.

Iniciando do começo, visando preservar sua saúde mamilar (já que sua sanidade mental não tem mais conserto neste ponto), você tem quarenta fotografias com dez viradas para cima e trinta para baixo. Segundo o enunciado, sem poder enxergar “você terá que separar as fotografias de modo que tenha dois montinhos com precisamente o mesmo número de imagens à mostra”. Lembrando que zero também é um número, existe uma forma de resolução que funciona com qualquer número de itens acima de um: em um monte, você separa os número que foi dado (dez, neste caso) e, em seguida, vira tudo naquele monte.

Desta forma, se todas as fotos estavam para cima, todas ficaram para baixo, resultando em zero dos dois lados. Se nenhuma estava do lado certo, ao virar ao contrário, todas ficarão, deixando dez de cada lado, satisfazendo as condições impostas. Testem as outras combinações e notem como funciona com qualquer uma (e, novamente, com qualquer valor: trinta e oito no total com sete para cima; dezoito total, três para cima; mil, setecentos e um total, mil e setecentos para cima; etc).

Alternativamente, se a questão fosse “separar as fotos em duas pilhas com exatamente o mesmo número delas virada para baixo“, bastaria inverter a pilha contendo trinta, já que este foi o número dado como já tendo as fotos para baixo.

Na fase subsequente, basta criar um paradoxo. A resposta mais contextual seria afirmar que você jamais precisará de manicure novamente (“terei minhas unhas separadas das falanges por uma finíssima cunha metálica”). Se eles o fizerem, sua frase terá se tornado uma verdade, o que os forçaria a cumprir as próprias condições (lembre-se, eles são um psicólogo e um economista, dois seres infindavelmente lógicos) e recriar sua topologia pudenda. O que faria da sua frase uma mentira, os forçando a repetir o ciclo.

Ficando eles sem escolha, chegamos ao revólver. Aqui, você só pode torcer para que as leis estatísticas esteja de bom humor e sorriam para você.

Mas, como a sorte vem para os que estão preparados, você pode aumentar um pouquinho suas chances.

O negócio é o seguinte: se as duas balas estão encostadas e a primeira tentativa não resultou em um tiro na sua cabeça, sem mexer novamente no tambor a única bala que pode ser acionada é a primeira. Logo, podemos considerar ambas como uma só entidade, deixando o tambor com cinco espaços possíveis. Um já foi testado, deixando sobrar quatro; três deles certamente vazios e um (representado pela primeira bala) acionável explosivamente (a segunda bala não entra nesta conta porque ela não está disponível, pois para a sua situação, só interessa o primeiro tiro).

Você tem três chances em quatro, ou 75%.

Se o tambor for rodado novamente, a Sra. Aleatoriedade volta a tomar conta e você passa a ter quatro chances em seis, ou duas em três, ou 66%. Não é uma garantia de que você vai sobreviver, mas já que não existe uma terceira opção, é melhor optar pelo gatilho simplesmente ser puxado mais uma vez.

13% a mais pode parecer pouco, mas numa situação assim é melhor que nada.

Eduardo acertou a segunda etapa mas escorregou na resposta da terceira, bem como Danillo.

Apenas Beto acertou as três. Parabéns!

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