Momento “cuteness” + conservação

Recentemente o Zoológico de Toronto liberou imagens dos primeiros passos de um filhote de urso polar que nasceu em 9 de Novembro do ano passado:

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Segundo um dos leitores do Why Evolution is True, o filhote “é o único sobrevivente de uma ninhada de três. Ele foi tirado de sua mãe Aurora, visto que ela tem um histórico de rejeição de seus filhotes”.

Essa história de me lembrou do Knut, um filhote de urso polar rejeitado pela mãe no zoológico de Berlin. Knut alcançou o status de fenômeno, após ser abandonado pela mãe, em 2006, se tornando o primeiro filhote da espécie a atingir a fase adulta no zoológico em 30 anos.

Knut e seu tratador

Sua carreira chegou a um fim trágico, entretanto, quando em 2011 Knut sofreu um colapso em decorrência de uma encefalite e acabou morrendo afogado em seu recinto.

A vida de Knut não foi livre de controvérsias. Em 2007, o ativista de direitos animais Frank Albrecht disse que criar Knut violava os direitos animais, pois a criação por humanos levaria a distúrbios compartimentais e sofrimento ao animal. Eu honestamente nunca vi evidencias de que animais criados em cativeiro, se bem criados, sofrem, muito menos que sofrer o suficiente para justificar… bem, não cria-los (o que supostamente deixaria só uma outra alternativa). Mas é verdade que a criação por humanos pode impactar negativamente comportamentos essenciais para a espécie, o que pode dificultar, e até inviabilizar, a re-introdução do animal na natureza ou a sua criação em cativeiro.

Então… criar animais em cativeiro é necessariamente ruim? Eu acho que não.

Recentemente eu vi um lindo exemplo no Aquário de Monterey, na Califórnia. Lá eles mantinham diversos animais em cativeiro, inclusive uma albatroz fêmea chamada Makana que, após várias tentativas de recuperação, se mostrou incapaz de ser re-introduzida no meio ambiente (ela possui uma asa fraturada) e hoje é usada para educar os visitantes sobre os perigos da poluição para esses animais.

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Makana se exibindo. Veja ela em ação aqui

Agora o que mais me impressionou foram as lontras-marinhas. Não é apenas pelo fato delas serem incrivelmente fofas:

Nhonhonhonhonho.
Clique aqui para ver uma camera ao vivo.

O mais impressionante, para mim, foi aprender que os animais em exposição eram usadas como babás para lontras orfãs que eram resgatadas pelo aquário. A idéia é simples: lontras órfãs, se criadas por humanos, não poderiam ser re-introduzidas no meio ambiente. Esse era na verdade o caso das lontras expostas. Porém, se um filhote é criado por uma babá, mesmo uma criada por humanos, existe uma chance maior dele ser re-introduzido no ambiente com sucesso. E, de fato, muitas dessas lontras ajudaram a criar diversos animais que foram mais tarde re-introduzidos na natureza. Ou seja, a criação de alguns poucos animais em cativeiro ajudou as populações naturais desses animais. Fantástico!

Claro, isso não significa que todos os zoológicos e aquários são paraísos de conservação ex-situ. Aliás, acho que muitos zoológicos tem uma relação atávica com seu passado, como um local de coleções e curiosidades do mundo animal. Mas talvez, com um pouco de esforço, podemos chegar lá.

Curiosidade: lontras-marinhas adoram mastigar camarões congelados e, depois de uma bela refeição, tirar uma soneca boiando em alto-mar.

2013-11-13 16.01.15

 

É… eu sei. Insuportável não?

2 respostas para “Momento “cuteness” + conservação”

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